A açude do Carneiro é situado na cidade de Jericó – PB, que abestasse as cidades de Bom Sucesso, Brejos dos Santos, Lagoa e Jericó no estado a Paraíba.
Hoje dia 25/03/2023 após intensas chuvas na região ele finalmente sangrou após longos 14 anos, o açude tem um total de 31.285.875 m³ de água e está 100% da sua capacidade.
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A História do Açude do Carneiro
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O açude do Carneiro foi construído em 1985 pela empresa
ENARQ, no valor de 37 bilhões de cruzeiros na administração
do então governador do estado, Wilson Leite Braga,
através do projeto CANAÃ que financiou a construção
de dezenas de outros açudes e barragens em todo o estado da
Paraíba.
O sonho da construção do açude Carneiro era uma
reivindicação antiga que, apesar da determinação do governador
Wilson Braga e o irrestrito apoio da maioria da população, deparou–se
com uma forte resistência a sua construção, visto ir de
encontro com interesses de proprietários da bacia, bem como de
autoridades municipais da época.
Em final de 1932, após as terríveis secas dos anos de 30, 31 e
32, foram iniciados os primeiros levantamentos topográficos da
bacia. Os estudos foram comandados pelo engenheiro alemão Dr.
Flockos, que não concluiu o seu trabalho, o qual foi abandonado no
início de 33, mas deixou-o já muito adiantado e pelos seus
apontamentos já se evidenciava a grande capacidade de
armazenamento de água do local. Os seus estudos apontavam para
um reservatório com capacidade para armazenar de 250 milhões de
m³, com três panos de parede e sagrando para o sítio soledade e um
outro reduzido, com 150 milhões de m³, com dois panos de parede e
sagrando para o sítio Açude Novo.
A saída repentina do engenheiro alemão, deveu-se unicamente ao fato do
Dr. Flockos nunca ter presenciado em sua vida, uma trovoada de primeira chuva.
Naquele ano de 33, na pegada do inverno, os céus quase
desabaram logo na primeira chuva. À noite mais parecia um dia,
iluminada pelos incessantes relâmpagos, seguidos de estrondosos e
intermináveis trovões ensurdecedores, que aterrorizaram
irremediavelmente o nobre engenheiro. Em detrimento daquela
tempestade natural, o nobre doutor perdera completamente o
controle emocional em meio a tanta aflição, não conseguindo sequer
perceber que havia borrado suas calças. Somente no dia seguinte é
que percebera o seu descontrole e, logo bem cedo, horrorizado com
a violência da natureza e ainda envergonhado com o acometido,
Viajando pela história de Jericó Claudizon de Sousa Galvão 143
arriou o cavalo, desmontou o teodolito com o restante da tralha e
partiu de uma vez.
Assume, então, as suas funções, o engenheiro Mendes Ribeiro,
que rebaixa a capacidade do açude, alegando que com as dimensões
anteriores ele não encheria, para 54 milhões de m³, com um único
pano de parede e sagrando para o sítio Várzea da Porta.
Governos passaram e o velho ideal ficou adormecido até
Wilson Braga tomar a frente dos destinos do estado, idealizando e
concretizando um dos mais ambiciosos projetos já realizados na
área dos recursos hídricos de nosso município.
Aprovados os recursos para a implantação do projeto CANAÃ,
o governador anuncia as comunidades que seriam beneficiadas.
Dentre elas estava Jericó, com a construção do açude Carneiro, que
seria feito nos moldes e capacidades do projeto de Mendes Ribeiro.
Inicia-se ai uma grande batalha entre a determinação do
governador, que defendia um velho anseio popular, e o
corporativismo inconsequente de proprietários com terra na área
inundável, com fortes representações em todas as esferas, que não
conseguiram botar abaixo o projeto, mas levaram ao seu
rebaixamento, para a atual capacidade de 32 milhões de m³.
A resposta, aos opositores a sua construção, foi dada pelo
próprio açude, que hoje serve muito mais àqueles que ao resto da
população. Mesmo dentre aqueles, não se encontra hoje pessoa que
negue o grande benefício que nos trouxe a sua edificação. Todos os
proprietários envolvidos foram indenizados pelas áreas submersas e
ficaram com o direito de usufruto das áreas não inundáveis.
A existência de água boa, permanente e abundante é, não
somente um bem, mas uma graça, pois água sempre foi sinônimo de
vida, principalmente no sertão.